Versão flex do premiado motor chega ao subcompacto italiano.
Transmissão automática melhora; falta tecnologia que dispensa tanquinho.
"Queridinho" da Fiat, o subcompacto 500, também conhecido como Cinquecento, acaba de ganhar uma evolução de seu premiado motor, o 1.4 MultiAir: o sistema flex. Isso pode não mudar muito o jeitão da condução – a não ser ter a opção de abastecer com etanol -, mas, para a marca, é um passo importante do ponto de vista tecnológico e ecológico, o que se traduz em reforço de imagem.
A modificação do motor feita pela equipe de engenharia brasileira não é, contudo, mera jogada de marketing, mas sim uma ordem da matriz para que cada região onde tem operações adote soluções menos poluentes, mais eficientes e rentáveis.
O Fiat 500 Multiair Flex chega às concessionárias a partir da semana que vem, mas os preços ainda não foram divulgados pela montadora. Porém, não deverá ser muito diferente da tabela atual, em que o 500 Sport sai por R$ 49.390 (manual) e R$ 53.430 (automática).
“Eficiência energética é um conjunto de soluções. Desde que a Fiat começou a produzir o MultiAir para o 500, começamos o desenvolvimento da versão flex”, diz o gerente geral de imprensa e especialista técnico da Fiat do Brasil, Ricardo Dilser. Para o projeto, a Fiat investiu R$ 24 milhões.
Como as versões Sport e Cabrio representam 15% das vendas totais do 500 – limitadas a 1 mil unidades por mês por causa da cota de importação do México, onde o modelo é fabricado -, o lote inicial com este motor será de 800 carros. “Não esperamos que a chegada da versão MultiAir flex altere o mix de vendas”, explica o especialista de marketing da Fiat do Brasil, Hugo Domingues.
O MultiAir é um sistema eletro-hidráulico de acionamento das válvulas que permite um controle dinâmico e direto do ar admitido pelo motor, controlando também indiretamente a combustão, cilindro a cilindro e ciclo a ciclo. Tudo gerenciado eletronicamente. Isso reduz emissões e consumo de combustível, aumenta a potência máxima e o torque, além de melhorar a resposta dinâmica.
Na maioria dos motores, a massa de ar admitida nos cilindros é controlada principalmente pela abertura da válvula tipo borboleta do acelerador e também pela abertura total e constante das válvulas de admissão. No MultiAir, tal admissão do ar se torna mais precisa, por isso ele é considerado uma evolução para a indústria automobilística em si.
O que mudou com o flex
Além do tanquinho de gasolina para partida a frio, o motor 1.4 de 16 V teve diversas peças modificadas ou adaptadas para se adequar ao uso do etanol. Entre elas estão válvulas, velas, injetores e centralina.
Além do tanquinho de gasolina para partida a frio, o motor 1.4 de 16 V teve diversas peças modificadas ou adaptadas para se adequar ao uso do etanol. Entre elas estão válvulas, velas, injetores e centralina.
Para o cliente que não tem um olhar mais técnico, isso não significa nada ao dirigir. Porém, a Fiat aproveitou a mudança para reajustar a transmissão manual de seis velocidades. “Adaptamos o câmbio ao gosto do brasileiro”, afirma Dilser.
O conjunto motor transmissão propicia acelerar de 0 a 100 km/h em 12,6 segundos (gasolina) e 12,2 segundos (etanol). Com a taxa de compressão recalibrada para 11:7,1 (8% superior ao do MultiAir tradicional), o 500 MultiAir Flex agora tem 105 cavalos de potência com gasolina ou 107 cv (etanol) a 6.250 rpm, e 13,6 kgfm (gasolina) e 13,8 kgfm (etanol) de torque a 3.850 rpm.
As modificações também implicaram no aperfeiçoamento de recursos da transmissão. Destaque para o chamado “kick down”, que reduz rapidamente as marchas em caso de ultrapassagem e retomadas; o “brake assistant”, que reduz automaticamente as marchas em freadas bruscas (freio motor); o sensor “up-down slope”, para adaptação das marchas do veículo à inclinação; o “cornering”, que inibe o avanço das marchas em curvas de baixa aderência; e o “fast-off”, que impede a “subida” de marcha quando o condutor tira o pé rapidamente do acelerador.
Impressões
O G1 avaliou a versão Sport tanto manual quanto automática por um percurso de cerca de 40 km entre cidade e estrada, na Grande SP, com tanque 100% abastecido com etanol. O carro, em si, continua o mesmo. É um modelo de imagem e não para quem procura espaço. A posição de dirigir é diferente, porque a posição de volante e câmbio é mais alta, o que exige um bom ajuste dos bancos – que têm regulagem de altura, inclinação e distância para os pedais. Mesmo assim, quem é alto e tem perna comprida fica desconfortável.
O G1 avaliou a versão Sport tanto manual quanto automática por um percurso de cerca de 40 km entre cidade e estrada, na Grande SP, com tanque 100% abastecido com etanol. O carro, em si, continua o mesmo. É um modelo de imagem e não para quem procura espaço. A posição de dirigir é diferente, porque a posição de volante e câmbio é mais alta, o que exige um bom ajuste dos bancos – que têm regulagem de altura, inclinação e distância para os pedais. Mesmo assim, quem é alto e tem perna comprida fica desconfortável.
Quanto à dirigibilidade, o compacto é muito estável e extremamente fácil de manobrar, com destaque para o volante, que esterça muito bem. O que atrapalha mesmo o conforto é o teto solar que, apesar de vir com uma espécie de rede para proteger a cabeça em dias ensolarados, esquenta bastante.
O câmbio manual não mudou e tem o mesmo comportamento: encaixes precisos e confortáveis. Neste caso, o posicionamento elevado, na direção do console central, exige certo tempo de adaptação.
Sobre o novo conjunto motor-transmissão, é nítido que o 500 flex ficou mais "esperto", especialmente nas ultrapassagens e retomadas, o momento quando é preciso mais do carro e tem que pisar fundo no acelerador.
As trocas das marchas do câmbio automático também estão mais suaves e isso coloca a opção Dualogic – transmissão automatizada, encontrada no 500 Cult, equipado com motor File Evo, também flex – como uma escolha infeliz, embora mais barata.
As facilidades trazidas por esta transmissão atualizada são nítidas, mas seu trabalho agrega um barulho ao carro acima do normal – o motor grita bem quando a rotação sobe. Embora, o sistema fique naturalmente mais ruidoso em carros flex, o barulho é o ponto fraco do carro.
Conclusão
Apesar de ser uma das versões mais caras do 500 – atrás apenas da Cabrio – a opção Sport MultiAir Flex com câmbio automático se mostra a melhor escolha dentro da linha. O destaque é, de fato, o motor MultiAir Flex, que, lamentavelmente, teve o projeto baseado no sistema flex já existente e, segundo a Fiat, por este motivo ainda carrega o tanque para a partida a frio. Um item inconveniente e chato, que um forte concorrente do 500, o Peugeot 208, abdicou desde o "berço".
Apesar de ser uma das versões mais caras do 500 – atrás apenas da Cabrio – a opção Sport MultiAir Flex com câmbio automático se mostra a melhor escolha dentro da linha. O destaque é, de fato, o motor MultiAir Flex, que, lamentavelmente, teve o projeto baseado no sistema flex já existente e, segundo a Fiat, por este motivo ainda carrega o tanque para a partida a frio. Um item inconveniente e chato, que um forte concorrente do 500, o Peugeot 208, abdicou desde o "berço".
Fonte: http://g1.globo.com
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